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O Trovão e o Avião das Nuvens
Era uma tarde de primavera, e o céu se preparava para um espetáculo que todos aguardavam. As nuvens, fofas e brancas, dançavam lentamente, como se estivessem se aquecendo para um grande evento. Os pássaros cantavam, mas havia uma agitação no ar; algo estava prestes a acontecer.

De repente, um estrondo ressoou por toda a floresta, fazendo as árvores balançarem. Era o trovão, que surgira como um gigante despertando de um sono profundo. Para muitos, o trovão era apenas o sinal de uma tempestade, mas para as crianças do vilarejo, era muito mais que isso. Elas tinham uma crença especial: o trovão era, na verdade, o avião que transportava as nuvens para que pudessem se transformar em chuva.

No coração do vilarejo, um grupo de crianças se reuniu sob a sombra de uma antiga mangueira. O mais velho, Miguel, começou a narrar a história que todos adoravam ouvir. “Vocês sabem que o trovão é o avião que leva as nuvens para os altos céus?”, disse ele, com os olhos brilhando de entusiasmo. “Ele voa alto e faz muito barulho porque está chamando as nuvens para se unirem e trazer a chuva que a terra tanto precisa!”

As crianças ouviram atentamente, visualizando o avião enorme, com suas asas imensas, cortando o céu cinzento. “Imaginam só como é voar tão alto? O trovão deve ver tudo lá de cima: as montanhas, os rios e até mesmo a nossa casa!” exclamou Ana, uma das mais sonhadoras do grupo.

A imaginação fluiu livre, e logo as crianças começaram a criar detalhes. “E se o trovão fosse um piloto muito maluco?”, sugeriu Pedro. “Ele poderia fazer acrobacias no céu e fazer as nuvens dançarem!”

Miguel riu e continuou: “Exatamente! E cada vez que o trovão ribomba, ele está dizendo: ‘Preparem-se, porque a chuva está a caminho!’”

Enquanto conversavam, o céu escureceu ainda mais, e o vento começou a soprar. As nuvens, agora cinzentas e carregadas, se agrupavam como se estivessem fazendo fila para embarcar. “Olhem! O avião está chegando!”, gritou Ana, apontando para o céu. E, com isso, um novo trovão ecoou, mais forte e vibrante.

As crianças estavam em êxtase. Elas corriam de um lado para o outro, olhando para cima, imaginando o piloto do trovão, que não só transportava nuvens, mas também esperança. A expectativa da chuva se tornava palpável, e os pequenos corações batiam mais rápido.

Então, as primeiras gotas começaram a cair, pequenas e tímidas. Em um instante, o que era um som distante e ameaçador se transformou em risos e alegria. “É o trovão que trouxe as nuvens para nos dar água!”, comemoravam as crianças, enquanto dançavam sob a chuva, se deixando molhar, sem preocupações.

Naquela tarde mágica, o trovão não era apenas um sinal de tempestade; era o herói do céu, um piloto imaginário que, com seu rugido, transportava a vida em forma de água. E assim, entre risos e cantos, as crianças aprenderam que, mesmo nas tempestades, havia sempre espaço para a magia e a imaginação, transformando o comum em extraordinário.
Helena Bernardes
out,2024
Vovó Onça Contadora de Histórias
Enviado por Vovó Onça Contadora de Histórias em 28/10/2024
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