Era uma vez, numa biblioteca escondida na floresta, Vovó Onça, uma senhora de vastíssima sabedoria e charme peculiar, decidia registrar suas memórias. O sol da manhã entrava suavemente pela janela, iluminando a mesa onde repousavam livros antigos, um tinteiro e um caderno novo. Com seus óculos escuros, estilo marcante e inconfundível, ela começava a escrever sua próxima grande história.

“Queridos netinhos, hoje vou contar sobre o dia em que as estrelas desceram à terra para brincar com a gente”, murmurava para si mesma enquanto a pena deslizava pela página. O silêncio ao redor era quebrado apenas pelo som ritmado de sua escrita e o ocasional canto de um pássaro curioso que espiava pela janela.

Ali, naquele cantinho mágico, a onça não era apenas uma narradora, mas uma guardiã de histórias. Seus relatos não eram simples fábulas; eram lições de vida, cheias de magia, aventura e humor. Cada palavra que escrevia carregava o peso de sua experiência e o carinho por seus pequenos leitores, os netinhos que esperavam ansiosos por mais uma noite de contação de histórias ao redor da fogueira.

E assim, com uma elegância inata, Vovó Onça continuava sua missão: transformar a vida em arte, a arte em ensinamento e o ensinamento em legado. Afinal, como ela mesma dizia, "as histórias são as raízes que nos mantêm firmes e os galhos que nos fazem alcançar os céus".
Helena Bernardes
nov 2024